Blog do Luiz Arthur Montes Ribeiro: NOTAS DE AFETO de RUTE YUMI

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

NOTAS DE AFETO de RUTE YUMI

“Notas de Afeto”

Por Rute Yumi

A mostra “Notas de Afeto” evidencia um universo imaginário, relacionados às memórias próprias da artista sobre situações, músicas ou filmes japoneses que teve contato desde sua infância. Pode conter também “memórias alheias” que contemplam as histórias, em especial dos imigrantes, que lhe foram passadas pela tradição oral.

Destacam-se a série “Makka” ( vermelho) e “Kawa” ( rio), que para a autora remetem às canções Makka na Taiyou e Kawa No Nagare no Youni, da Misora Hibari, cantora admirada por seus pais.

Com a característica do gestual associada à contemplação, sensível ao inusitado, Rute apresenta trabalhos de caráter abstrato/figurativo, em técnica mista sobre tela, e com a tinta "sumi" sobre papel.

Afeto que se ouVê, memórias afetivas que vibram em cores, tons e formas

Rute Yumi é artista visual, pós-graduada em Poéticas Visuais, pesquisa a influência das raízes japonesas em suas produções artísticas. Realiza pinturas com a tinta “Sumi”, tinta da caligrafia oriental, ligada à sua história familiar. O Sumi, conhecida no Brasil como nanquim em barra, é produzida a partir da queima de material vegetal ou mineral. Pode apresentar tonalidades diferentes de acordo com a origem do material. Tons azulados são obtidos a partir da fuligem de madeira de pinheiro, ou tons “marrons” quando são feitas a partir da fuligem do óleo de sementes. A pintura é monocromática em preto e branco, com inúmeras gradações de cinza, formadas pela dosagem da quantidade de água e Sumi.

Suzuri é o recipiente para o preparo da tinta sumi, adaptado com base nos pilões de pedra usados para moer a tinta para tingir tecidos na China antiga. Pode ser inclinado ou plano, de pedra, cerâmica, metal ou baquelite. Para o preparo da tinta: colocar a quantidade desejada de água no centro da parte plana e friccionar uma das pontas do Sumi, produzindo um som característico. Quando a tinta estiver densa o suficiente para ‘não’ se ver o fundo do Suzuri, o nanquim estará pronto.