domingo, 20 de junho de 2010

Concurso Silvio Romero

Concurso Sílvio Romero

Abertas as inscrições para pesquisa e estudos de folclore e cultura popular

Prêmios nos valores de R$ 13 mil e R$ 10 mil serão concedidos, respectivamente, aos dois melhores classificados no Concurso Sílvio Romero de Monografias sobre Folclore e Cultura Popular, edição 2010, cujas inscrições estão abertas até 30 de julho. Além da premiação em dinheiro, a comissão julgadora a ser criada poderá indicar até três menções honrosas.

O prêmio foi criado em 1959 e é concedido anualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) - do Ministério da Cultura -, por meio do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. O objetivo principal é fomentar a pesquisa, de modo a estimular a diversidade e a atualização dos trabalhos brasileiros desenvolvidos dentro desse campo de estudos.

Só podem concorrer ao prêmio monografias inéditas, com temas nas áreas da cultura popular e do folclore brasileiros. Dentre os critérios para a escolha dos melhores trabalhos estão a originalidade do tema e/ou abordagem, a contribuição ao aprofundamento da temática e à renovação dos estudos de folclore e cultura popular e, ainda, o domínio de bibliografia especializada. O trabalho inscrito poderá ser individual ou de equipe, e cada autor só poderá concorrer com uma única monografia.

Os trabalhos vencedores e as menções honrosas serão anunciados em dezembro deste ano, em data a ser posteriormente fixada. As monografias deverão ser entregues ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, - Rua do Catete, 179, Catete, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22220-000 -, até às 18h do dia 30 de julho, ou remetidas pelos Correios, sob registro, até a data indicada. O carimbo de postagem será o comprovante para a observância do prazo.

Sílvio Romero - Crítico literário, ensaísta, poeta, filósofo, professor e político brasileiro, Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero nasceu em Lagarto, no estado de Sergipe (1851-1914). Das pesquisas que realizou  sobre o folclore brasileiro, resultaram os títulos O elemento popular na literatura do Brasil e Cantos populares do Brasil. Foi deputado federal pelo Partido Republicano e trabalhou na comissão de revisão do Código Civil, como relator-geral.

Todas as instruções necessárias aos interessados estão no Edital do Concurso.

Mais informações: 
(21) 2285-0441 / 2285-0891, ramais 204, 214 e 215; 


Comunicação SID/MinC
Telefone: (61) 2024-2379

Fernando de Oliveira no Festival de Arte de Cambridge


Meu amigo Fernando de Oliveira, atualmente radicado em Boston (EUA) participou com esta belíssima instalação Jelly-fish (águas vivas) no Festival de Arte de Cambridge. 
Este Festival é considerado um dos mais importantes festivais de arte dos EUA. 
O Festival foi às margens do Charles River.
Parabéns Fernando e sucesso sempre.





Henrique de Oliveira na Galeria Silvia Cintra+box4

Espaço de Arte Jayabujamra exibe duas novas exposições



Aconteceu nesta segunda feira (14), a abertura da exposição “Irrealidades Híbridas” de Daniel Escudero, no Mabu Royal & Premium Hotel, no Espaço Jayabumja (na Praça Santos Andrade, 830, Curitiba, PR). 
Inspirada nas calçadas do centro e do setor histórico de Curitiba, “Irrealidades Híbridas” é a mais recente exposição de pinturas de Daniel Escudero é uma continuação natural da exposição anterior, as “Pedras do Caminho” de 2009. Com o aprofundamento do mesmo tema, surgiram obras cada vez mais complexas, com deslocamentos dos elementos das calçadas, para cima e para baixo, criando planos inexistentes que dão a impressão de movimento flutuante, semelhante ao que os icebergs têm acima da água. A especialidade de Daniel Escudero é a velatura acrílica, técnica elaborada que consiste na superposição de camadas de tinta diluída, de forma que transpareça o desenho subjacente e as demãos anteriores, o que confere ao trabalho um inconfundível efeito visual.

Alberto Linero no Café Manuela em Madri

Atrevi2
EXPOSICIÓN DE ALUMNOS 2009-2010
TALLER DE PINTURA Y DIBUJO DI TREVI

Del 15-30 Junio





         María Carmona           Alberto Linero             Carmen Ruiz
         MºJose Vaquero        Elías Bermejo              Jorge Bermejo
         María Bermejo            Pablo Izquierdo           Héctor Barrios
Rosa Mate                 MªJesús Ibáñez          Pedro Ruiz
Elena Jiménez           Concha Gonzalo         Marisa Suarez
José Luis Pérez         Ana Bueno                  Rosa Edo
Rosa de León            Raúl Jiménez              Carmen Flores.

CAFÉ MANUELA, C/San vicente Ferrer, 29. Madrid

Trabalho do meu amigo Alberto Linero: mista sobre madeira - 100 x 100cm.
Belíssimo trabalho


Nova turma com Beto Carminatti

No Estúdio Dezenove (RJ) Expedriência Múltipla

Dio Viana

Nena Balthar

Pedro Sanchez



Se a possibilidade da realização uma experiência já é, por si só, uma dádiva, o que se dirá, então, de uma Experiência Múltipla? Mais do que uma experiência apenas, ela se concretiza em um sentido e direção onde todos concordam em compartilhar conhecimentos e informações que se transformam em saberes, e os saberes, em ações concretas.
Assim é o projeto Experiência Múltipla, desenvolvido pelo Estudio Dezenove, que tem por objetivo criar redes de relacionamento e troca entre diferentes cidades, estados e países, estabelecendo pontos de contato produtivos entre artistas nesses circuitos. Sua atuação visa fomentar um debate no campo de experiência da gravura e promover dinâmicas de integração entre o grupo de artistas envolvido no projeto, buscando como resultado a edição de obra gráfica, a ser produzida por cada um de seus participantes.  Visa, também, identificar e apoiar a possibilidade de desdobramento do trabalho desenvolvido na forma de edições, workshops e posterior circulação por exposições em espaços culturais e galerias de arte nas cidades dos artistas participantes. É, então, através dessa práxis, que a experiência de trabalhar com objetos múltiplos torna a arte acessível a um maior número de pessoas, multiplicando os acessos à arte a um público maior e mais heterogêneo.

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Estudio Dezenove
Travessa do Oriente 16A    Santa Teresa    Rio de Janeiro   
Visitas por agendamento pelo telefone  2232-6572, exceto aos sábados entre 13 e 19h

Salão Universo da Aquarela

Fernando Bujarto na Casa da Imagem

Claudia Wasilewski e a crônica CONFIÁVEL?

CONFIÁVEL?

Me considero muito confiável. Sei guardar segredos ou simplesmente silenciar. Muitos amigos sabem que não conto nada nem espetada, e escuto sem críticas, conselhos ou palpites. Se precisam falar, que falem.
Na minha vida me afastei e me perdi de pessoas, outras me sacanearam, mas mesmo assim não senti vontade de entregar nenhum segredo. Não porque sou boazinha, mas por entender que se abriram comigo, e naquele momento eu fazia parte das sua vidas.
O que me assusta são pessoas que nunca vi, ou tenho relacionamento superficial, no máximo cordial, virem até mim com a certeza que vou ajudá-las. Vejam só.
Fui com o meu marido comprar um porção de camarão. Conversa boba com o cozinheiro, pedi que fosse caprichada, coisas do tipo. Quando estávamos saindo ele me disse: -Preciso falar com você. Pensei que o troco estava errado e ele completou: -Não sou feliz no meu casamento. O meu marido foi embora rindo, claro que com o camarão na mão. E lá fiquei. Me contou da sogra, cunhadas, cunhados, filhos. Ao longe ouvia o croc croc do camarão. Quanto mais ele falava, mais vermelho ficava. Parecia uma crise de hipertensão. Tentava maneirar, dizendo que uma boa conversa resolve tudo, e que focasse sua vida com a mulher e os filhos. Mas não conseguia parar de pensar no palito espetando o camarão. Quando acabou a conversa voltei para a mesa, tinha um marido sorridente e um prato vazio. Pobre de mim, não ganhei um bônus do cozinheiro e nem corri o risco de comprar outra e continuar ali.
Vou para a praia totalmente vazia às 07:30 da manhã. Abro o livro do Neruda, CONFESSO QUE VIVI. Senta do meu lado uma moça e me diz : -Se eu não falar com alguém vou me matar. Pronto, fecho o livro. Começa o relato. Ela era de alguma secretaria de saúde do interior e havia comprado medicamentos errados. Estava separada, a poucos meses, e tirou férias para esfriar a cabeça, se divertir. Na noite anterior foi avisada do erro e que sua demissão era inevitável. Nessas alturas nem quis saber qual cidade ou estado. Como poderia aconselhar, consolar? Foi traída, humilhada, ficaria desempregada com dois filhos pequenos. Respirei fundo e não dei razão a ela. Disse para não interromper as férias e que na volta procurasse conversar com a chefia e explicar o momento que se encontrava. E se mesmo assim não desse certo, que se jogasse no chão, babando e tremendo. Ela riu, me pagou um coco e foi embora.
Toca o telefone de madrugada. Atendo e a voz do outro lado diz: - Estou no orelhão da Praça da Ucrânia e quero me despedir da senhora. Já tomei os remédios e agora é só esperar para morrer. Que susto! Saio correndo de casa com o meu marido junto. Chego na praça, e vejo o porteiro do prédio completamente bêbado, chorando. Nenhuma tentativa de suicídio. Um baita porre. Brigou com a mulher e resolveu me colocar na roda. Chorava e dizia: -Dona Craudia eu só quero morrer. Confesso que às 03:30 da manhã nós já tínhamos ímpetos de matá-lo. Quando olho para pista do expresso se desenha a visão do inferno. Meus dois sobrinhos João e Daniel caminhando calmamente pela caneleta, tomando cerveja. Saí da casinha, briguei com os dois, com porteiro e brigaria com quem mais aparecesse. Hoje acho que a visão do inferno foi deles. Eu sim estava no lugar errado.  Me arrependo, estavam certos, e fiz muito dessas. Quanto ao porteiro, continuou chorando e não se matou. Só um caso de bêbado depressivo.
Por que comigo?

* Esta crônica está publicada na Revista Idéias

Zeca Correira Leite e bela poesia CONFISSÃO


Confissão

Vou te revelar um segredo: a minha afeição
Tenho medo que não entendas, que passe despercebida
esta minha linguagem atrapalhada de mares e tempestades.
Eu te amo –  amor louco, violento, sensível, assassino.
Não trago flores, palavras, desenhos de madrugadas.
Tudo em mim tem gosto, cheiro, dobras
de suor e cicatriz.

Tenho silêncios e facas nuas,
punhais, vidraças, pulseiras,
telhados banhados de luz.

Tenho um fastio terrível da vida,
enorme cansaço,
vontade de morrer.

Eu te amo e te amar representa vida,
alegria desconhecida, vendaval, esperança
apesar dos meus olhos sem brilho,
madrugadas mortas, minha boca muda.


Verso de folhetim

Quando perguntam de mim sorrio,
desconverso
e fico a pensar que desejam
essas pessoas querendo saber
como estou?
Continuo na mesma:
morando em quarto alugado
de estreitas paredes úmidas;
dinheiro mal dando pro cigarro,
poucas noites de anarquia.
O jornal concede vales
todo mês, no dia 15,
Joana encontrou outro homem,
diz que melhorou de vida.
O espelho me reflete:
olheiras fundas, escuro sono
atrás dos olhos.
A faxineira me acorda
batendo toda manhã
com a vassoura na porta.
No cesto de lixo,
amassadas,
poesias que escrevo
no correr das madrugadas.
A mulher reclama
dos papéis respingados d’água
quando lavo o rosto e saio
arrastando pelas pernas
tristes poemas cansados.