quinta-feira, 21 de março de 2013

Poesia de Ana Stoppa


Olor de Sândalo

Fiz-me primavera no rigor do inverno
Doce  borboleta no estreito do casulo
Provei  dolorosos  espinhos precoces
Trilhei  vias árduas nos becos escuros

Doce borboleta no estreito do casulo
Paciente   desvencilhei-me  dos muros
Ecos dos gritos no relicário das preces
Fantasmas povoando todos os muros

Provei dolorosos  espinhos precoces
Desprezei  holofotes, ouro e  posses
Abracei  a terra em tempos de guerra
Colhi enfim o amor longe da quimera

Trilhei árduas vias nos becos escuros
Paciente   desvencilhei-me  dos muros
Livre das amarras,   pisei frescas  heras
Olor  de sândalo, nasceu  a  primavera!

(Ana Stoppa, janeiro/13)

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