Olor de Sândalo
Fiz-me primavera no rigor
do inverno
Doce borboleta no
estreito do casulo
Provei
dolorosos espinhos precoces
Trilhei vias árduas
nos becos escuros
Doce borboleta no
estreito do casulo
Paciente desvencilhei-me
dos muros
Ecos dos gritos no
relicário das preces
Fantasmas povoando todos
os muros
Provei dolorosos
espinhos precoces
Desprezei
holofotes, ouro e posses
Abracei a terra em
tempos de guerra
Colhi enfim o amor longe
da quimera
Trilhei árduas vias nos
becos escuros
Paciente
desvencilhei-me dos muros
Livre das amarras,
pisei frescas heras
Olor de sândalo,
nasceu a primavera!
(Ana Stoppa, janeiro/13)
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