Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Independentes na rua
Empresários vão na contramão das megastores e mostram que a livraria pequena pode ser um bom negócio – para eles e para os leitores
Publicado em 15/04/2013 | ISADORA RUPPServiço
Confira o horário de funcionamento de cada espaço e saiba um pouco mais sobre cada um deles:
Livraria Danúbio
Alameda Prudente de Moraes, 1239 - Batel Soho, (41) 3324-1784. Segunda a sexta-feira, das 10h30 às 19 horas. O acervo da livraria mistura novos e usados (alguns custam cerca de R$ 5). Tem um café e serve chá da tarde das 15 às 18 horas.
Poetria Livros e Arte
Avenida Vicente Machado, 865 – Batel, (41) 3046-3036. Segunda-feira a sábado, das 10 às 19 horas. Foca em títulos de literatura, sobretudo brasileiros, e autores locais. Realiza cursos, exposições e lançamentos de livros. Tem café.
Livraria Arte & Letra
Alameda Presidente Taunay, 40 – Batel, (41) 3039-6895. Segunda a sábado das 10 às 20 horas. Tem livros mais raros dentro do catálogo das editoras, escritores paranaenses, literatura fantástica e títulos da editora homônima. Realiza palestras, laçamentos, encontros e cafés da manhã com desconto em títulos selecionados. O café funciona no mesmo local.
Navegadores
Rua Coronel Dulcídio, 540 – Batel, (41) 3222-4797. Segunda a sábado das 9 às 19 horas. Direcionada ao público infantil, tem livros de literatura para crianças, títulos de editoras portuguesas e produtos de papelaria. Realiza contação de histórias e aniversário no local, incluindo salgados, doces e atividades lúdicas.
Com uma decoração delicada, cheia de referências de livrarias estrangeiras, que Fontana pesquisou com a ajuda da mãe, Ana Dalgiza de Almeida Fontana, a Danúbio mistura títulos novos, importados (há várias obras de editoras portuguesas) e usados, distribuídos em um espaço específico da loja e também em um caixote de madeira na calçada, junto com as mesas para o café (que fica junto com a livraria). “Decidi unir novos e usados pois não tinha visto em lugar nenhum. Muita coisa aqui na livraria ainda é teste”, frisa Fontana, que é auxiliado pelo único funcionário, Dyan Soares, de 18 anos, contratado após bater na porta da Danúbio pedindo emprego.
Fontana acredita que as pequenas livrarias de rua ajudam o leitor a passar tempo no espaço. Coisa que o livro digital jamais fará, declara, enfático. “Conheço gente que tem mais de mil livros no kindle e leu cinco.” Para a surpresa dele e de muitos, adolescentes que não tiram o iPhone da mão andaram procurando clássicos do vestibular, facilmente encontrados na internet.
“Até essa geração diz que acha melhor ler no papel”, relata o empresário, que teve no primeiro mês um faturamento que era esperado para após quatro meses.
Para Thiago Tizzot, sócio da livraria Arte & Letra – que, antes de ganhar uma sede ampla funcionou por cinco anos junto com um café e hoje é ponto de encontro de artistas e escritores da cidade –, a livraria de rua promove a aproximação do leitor/cliente porque resgata o papel do livreiro, “da pessoa que pesquisou e vai lhe indicar o título. Esse é o diferencial”, acredita.
Sobrevivência
Por outro lado, manter o negócio não é fácil, pois é necessário relembrar as pessoas constantemente para que saibam que existe vida, e livrarias, além do shopping. É a opinião de Tizzot. Ele, Fontana e o casal Luís Felipe Jacobsen e Cláudia Menegatti, donos da Poetria, aberta em outubro do ano passado, investem no lançamento de livros, cursos e palestras para deixar o espaço em constante movimento. “Financeiramente, sentimo-nos participando de um movimento paralelo às tendências de consumo rápido e impessoal. Por isso, sabemos que nossos desafios ainda serão grandes”, salienta Cláudia.
A Navegadores, direcionada ao público infantil e idealizada por Marco Antônio Busetti e pela esposa, Rossana, faz contação de histórias e aniversários, e pretende realizar convênios com escolas. “Só da venda, não sobreviveríamos.”
Galeriaampliar
A Arte & Letra funciona há um ano e meio em uma casa, nos fundos de uma galeria de arte, e virou ponto de encontro de escritores e artistas da cidadeLetícia Akemi/Gazeta do Povo
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