294
anos de Cuiabá - 8 de abril - Poema declaração - Airton Reis.
Cuiabá meu amor!
Amo Cuiabá de coração. Coração poético da América do Sul. Artéria da Amazônia
Legal. Portal do Pantanal. Cerrado em depressão tropical. Amo em plenitude as
pepitas que a cobiça não extinguiu. Amo o porto de chegada e de partida de uma
aluvião de abril. Amo com vigor a capital geopolítica do Centro-Oeste do
Brasil. Amo a terra dos nativos habitantes. Amo o caminho fluvial dos
bandeirantes entre as serranias de um sertão milenar. Amo os canoeiros
ausentes. Amo os afro-descendentes. Amo as corredeiras das lontras brilhantes.
Amo a cultura miscigenada. Amo as tradições perpetuadas.
Amo Cuiabá por seu povo, por suas lendas paginadas, por sua musicalidade que
cruza fronteiras. Amo Cuiabá por suas entradas, por suas bandeiras. Amo Cuiabá
por suas paisagens verdejantes em flor. Amo Cuiabá com todo o meu amor. Amo o
guaraná ralado à mão. Amo a paçoca de pilão. Amo a rede armada no quintal. Amo
a mangueira frutificada na ladeira. Amo a Cidade Verde preservada por inteira.
Amo as estações em trilhos distantes. Amo a Bandeira do Espírito Santo. Amo a
fé em Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Guia
e Nossa Senhora do Rosário. Amo o consciente coletivo imaginário.
Amo a mágica de pintado. Amo o bagre ensopado. Amo a cabeça de pacu assado. Amo
o pirão apimentado. Amo o revirado com feijão empamonado. Amo o sabor do caju
amarelo. Amo o furrundu raspado no tacho. Amo o arroz com pequi na panela de
barro do bairro São Gonçalo Beira Rio. Amo Cuiabá por todos os seus rios e
afluentes. Amo as pontes do progresso. Amo o horizonte da ordem constitucional.
Amo os hinos da democracia constitucional.
Amo a Capital em crescimento vertical ilimitado.
Amo Cuiabá na linha do tempo, na edificação do espaço. Amo as estruturas de
concreto, vidro e aço. Amo os portais centenários. Amo os ipês floridos na
colina. Amo o licor de lima. Amo Cuiabá em todos os quadrantes de sua aquarela.
Amo Cuiabá no Verão, no Outono, no Inverno e na Primavera. Amo o Parque
Municipal da nascente do córrego do Barbado. Amo o Parque Mãe Bonifácia
mesmo depois de incendiado. Amo o Horto florestal.
Amo o rio Cuiabá mesmo que poluído. Amo o rio Coxipó mesmo que contaminado. Amo
a capital do meu Estado. Amo Cuiabá quando a criança encontra escola para
aprender mais de um capítulo sobre cidadania. Amo Cuiabá quando a infância
miserável consegue sobreviver além de uma periferia. Amo Cuiabá com toda
ternura e com toda poesia. Parabéns pelos 294 de história compartilhada além de
um verso irmanado!
Airton
Reis é poeta em Cuiabá-MT. airtonreis.poeta@gmail.com
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