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Informativo
nº 74
11 de
junho de 2015
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Ter as
Costas Livres
Exposição
de Julia Amaral
Raposa - fotografia em
preto e branco - 60,0 x 90,0 cm - 2006
Na próxima
quarta-feira, dia 17 de junho, o Museu Victor Meirelles abre a sua Sala de
Exposições Temporárias para a mostra Ter as Costas Livres, da artista
plástica Julia Amaral.
A
programação começa às 18 horas com o Encontro com o Artista, tradicional evento
onde o convidado conversa com a plateia sobre a exposição, suas obras e
trajetória. A abertura acontece na sequência.
O humano
e o animal: um encontro. O devir do homem à condição animal: uma metamorfose.
A degeneração. A finitude. Aquilo que resta. Estas são algumas das questões
que percorrem as fotografias e os objetos da exposição Ter as costas
livres, de Julia Amaral.
Natural de São Paulo, Julia atualmente vive
e trabalha na capital catarinense onde, em 2003, concluiu o seu bacharelado
em escultura e cerâmica, na Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc.
Ainda em 2003, expôs na coletiva Perspectiva das Artes Plásticas em Santa
Catarina, no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) e no Memorial da América
Latina. Participou também do Panorama da Arte Brasileira 2005, no Museu de
Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e exibiu a individual “Dissonoro”, na
Galeria da Aliança Francesa de Florianópolis. Em 2007, participou da mostra
Diálogos com a Desterro, no Museu Victor Meirelles e, em 2008, apresentou a
individual “Apesar de”, no Centro Cultural Arquipélago. Em 2013, defendeu a
dissertação de mestrado intitulada Bestiário, no Programa de
Pós-Graduação em Artes Visuais da Udesc. Neste ano, realizou as exposições
individuais “Florianópolis Ensolarada”, em NaCasa Coletivo Artístico e
“Apesar de” em O Sítio, ambas em Florianópolis.
Em um
trecho do seu Bestiário, a artista explica: “Talvez os bichos não tenham medo
da morte. Nós, muitas vezes, temos. A leveza do corpo da raposa, da imagem
que ficou registrada na fotografia parece sobrenatural. Mas de forma nenhuma
é sobrenatural, justamente, ela é uma imagem também selvagem. De um animal
para o outro. Deleuze define o animal como o ser à espreita, um ser,
fundamentalmente, à espreita. Nunca está tranquilo. Ele diz que o escritor e
o filósofo estão também à espreita. Eu me arrisco a dizer que também os
fotógrafos e os artistas.”
Além dos
eventos do dia da abertura, o programa da exposição Ter as Costas Livres
inclui uma mesa-redonda no dia 14 de julho, às 18h30min, intitulada A
Poética da Espreita: Julia Amaral. A proposta da mesa é discutir a
trajetória da artista, assim como os trabalhos presentes na exposição. Os
convidados para a mesa são Edélcio Mostaço, crítico, ensaísta e professor do
Curso de Artes Cênicas do Centro de Artes da Udesc e Marina Moros, artista e
professora, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da
Universidade Federal de Santa Catarina e pós-doutora em Antropologia Visual
pela mesma universidade.
A exposição Ter as Costas Livres faz parte do
projeto Memória em Trânsito que propõe estudar e divulgar as obras dos
artistas catarinenses pertencentes ao acervo do Museu Victor Meirelles. Com
isso, o Museu visa ampliar o entendimento da poética desses artistas,
estimulando a elaboração de outros discursos sobre suas obras. A primeira
exposição do projeto foi “Entorno”, de Fernando Lindote.
Por esta razão, durante toda a exposição Ter as
Costas Livres, a obra Pedras-Grito - 2002, de Julia
Amaral, pertencente ao acervo do Museu Victor Meirelles, ocupará o espaço da
alcova, no segundo andar, compondo o núcleo da exposição de longa duração.
Fortuna crítica
Alguns
depoimentos ou críticas sobre os trabalhos de Julia Amaral podem nos ajudar a
entender melhor os seus interesses artísticos.
“O que
temos é a coisa em si, destacada de seu contexto, devolvida à condição de
coisa mesma, sem nenhum dos artifícios que a tradição pictórica sugeriu como
adequados para minimizar o impacto da brutal realidade do natural. Não há
promessa, quimera ou projeto de futuro nesses animais duplamente mortos:
mortos antes da arte, mortos depois da arte. Como num catálogo de taxidermia,
os bichos estão alinhados como espécimes, como exemplos de formatos e cores,
como variações da vida sobre o planeta, engrandecidos pela lente da câmera e,
portanto, retirados de sua escala original de grandeza”. Por Edélcio Mostaço,
em Julia Amaral e os Oximoros, de 2010.
“Um gato
doméstico trouxe à casa, entre os dentes, um diminuto anfíbio (um sapo?) que
caçou em suas andanças galantes e violentas; dirigiu o olhar para sua dona e
depositou o animal diante dos seus pés, empurrando-o para mais próximo dela
com a pata. Havia brincado, mas a imobilidade já o desinteressava. A dona
recebeu o animal como um presente inadequado, jogou-o no lixo sorrateiramente
para que o gato não se ofendesse com o gesto. De um animal para outro.” De
Ana Lucia Vilela, sobre Veludo Negro ou Como Ocupar o Espaço de um Corpo
Insignificante, de 2009.
“Pedras
voam, pássaros nunca morrem, cogumelos viram preciosidades. A intervenção da
artista sobre as coisas faz com que adquiram nova gravidade ainda que
resguardem suas formas e continuem a responder pelos nomes de ‘pedra’, ‘pássaro’
e ‘cogumelo’”. Por Fernando Boppré, sobre O peso das Coisas, de 2007.
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Ter as Costas Livres, exposição de Julia Amaral
Abertura: dia 17 de junho, às 19 horas
Conversa com a Artista: mesma data às 18
horas
Museu Victor Meirelles
Rua Victor Meirelles, 59 – Centro –
Florianópolis/SC
Tel.: 48 3222-0692
Entrada gratuita
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Olá! O Blog está de cara nova. Aqui publico sobre ARTE, CULTURA, LITERATURA e GASTRONOMIA, como temática principal.
sábado, 13 de junho de 2015
Museu Victor Meirelles
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